X Colóquio internacional do LEPSI “Crianças públicas, adultos privados”
V Congresso da RUEPSY – Rede Universitária Internacional em Educação e Psicanálise
I Congresso Brasileiro da Rede INFEIES
A promoção social da infância é um fato incontestável. Em escala bem superior a de épocas precedentes, a criança recebe a atenção do discurso jurídico que organiza leis que a protegem contra os abusos dos adultos; a atenção do discurso científico que formula as leis de seu desenvolvimento e aprendizagem a serem respeitadas nas práticas que levam em conta a lida com as crianças; a atenção também dos interesses do mercado que agora veem nelas um potencial consumidor que, ainda que não tenham os meios próprios para a efetivação do consumo, podem ser hábeis na persuasão de seus pais.
Toda essa promoção social da infância, comemorada com razão pelas sociedades democráticas, enquanto representa uma vitória do Estado de Direito, nos autoriza a formular a expressão criança pública.
Mais que a expectativa, nasce a demanda para a criança pública, esquadrinhada por leis e saberes, para que ela fale deixando sua condição de infans, no sentido político do termo (infans, como aparece na figura do infante da infantaria, é aquele que não tem o direito de falar). Mas quem estará lá para ouvir?
No avesso da criança pública, propomos a reflexão, está o adulto privado. Privado não no sentido contemporâneo, de privativo, íntimo, mas no sentido de privação da coisa pública, como, aliás, era o sentido dado ao termo pelos gregos. O infans agora seria o adulto?
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