Ao passar por um dos pontos de ônibus do meu bairro, observei três meninos que aproveitavam a ventania para brincar de pipa.
Um dos meninos, na verdade era um pouco maior que os demais, alem disso, ele é morador de rua e sofre de problemas mentais. Ninguém sabe ao certo de onde ele veio, nem para onde vai, o que se sabe é que transita pelo bairro e pela cidade e entre pessoas que manifestam os mais variados sentimentos que vão da piedade ao desprezo.
Porém aqueles cincos minutos que observei a brincadeira, me fizeram refletir e mais uma vez me sensibilizar com as crianças.
Elas pareciam não se importar nem um pouco, com todas aquelas moralidades e desvios que emanam de sujeito socialmente marcado por stigmas que nós adultos tanto nos importamos. Como por exemplo, o fato dele ele ser doente, morar na rua, ou ser negro.
O mais importante era a brincadeira, o voo da pipa que livre-mente dançava no céu.
A pipa brincava com os meninos e estes brincavam com a vida.
A PIPA
A pipa voa sem asas.
Livre, corta o céu.
A pipa dança no azul.
A pipa é dona do azul
A pipa é festeira. É atrevida.
É abusada a debicar.
Ela enfeita a imensidão
Com cores e rabiolas.
Livre, corta o céu.
A pipa dança no azul.
A pipa é dona do azul
A pipa é festeira. É atrevida.
É abusada a debicar.
Ela enfeita a imensidão
Com cores e rabiolas.
A pipa voa tão alto... tão alto....
A pipa é biruta.
A pipa é batuta.
Faz troça com o vento, faz firula...
A pipa é o sonho do menino.
As pipas são as asas do menino.
A pipa é batuta.
Faz troça com o vento, faz firula...
A pipa é o sonho do menino.
As pipas são as asas do menino.
Ah! Como a pipa é bonita!
Fatima
Reis