Veja outras formas de visualizar o blog, clicando nas opções a seguir:
Sidebar Magazine Timeslide
AVISO:
O blog Antropologia da Criança apenas divulga eventos e publicações. Procurem nas respectivas postagens o link do evento para fazer sua inscrição, bem como o link da revista para enviar seu texto - a página Contato não serve para isso.


segunda-feira, 18 de julho de 2011

"Religião"

Por indicação de uma amiga, assisti nesse fim de semana ao documentário Jesus Camp (EUA, 2006, 86 min. - Diretor: Heidi Ewing e Rachel Grady). O documentário trata sobre uma acampamento evangélico de verão nos EUA e mostra como estão doutrinando suas crianças. (Está disponível no youtube em 10 partes, posto aqui também).
Aviso aos ateus: pode ser revoltante!!!


Ao final do vídeo aparecem os vídeo relacionados, procurem pelas partes seguintes. Caso não consigam, seguem os links da sequência:
Observando a lateral do youtube, encontrei outro vídeo sobre religião e infância. Este é sobre crianças que são acusadas de bruxaria na África, por homens que carregam em sua vestimenta a imagem de Jesus Cristo.
Aviso: essas imagens podem causar sentimento de revolta até nos cristãos mais convictos.

5 comentários:

  1. Marcia Adriana disse...

    Durkheim, no livro As formas elementares da vida religiosa" diz que "as pessoas ao culturarem uma religião, estão cultuando a própria sociedade".
    Bem, entendo que a religião contribui para manutenção da coesão dentro do grupo. Os conflitos religiosos existem apenas porque cada grupo acredita na sua verdade, e, com olhares etnocêntricos irão tentar dizer ao mundo que a sua é melhor que a outra ou a única possível.
    Neste momento, devemos fazer prevalecer o relativismo cultural, que diz que a nossa cultura, religão, não é a única, mas uma possível dentre inúmeras outras...
    Respeito, mais do que aceitação, é o segredo talvez para reduzirmos a intolerância religiosa, etnica, ....
    Bem, nós temos este conhecimento e este olhar, mas ao entrarmos em um grupo que tenha um outro olhar, este nosso olhar não pode ser imposto, mas deve ser compreensivo ou tolerante a diversidade...
    Cursos de treinamento é o que faz com que a socialização se efetive neste ou naquele grupo. As crianças aprendem, bem como o adolescente, ou o adulto, através do processo de socialização.. E, como diz Leslie White, se queres conhecer o sentido de um símbolo, deve-se conhecer quem o criou...
    O que quero dizer com tudo isto é que antes de julgar ou deixar o nosso etnocentrismo aflorar, devemos ouvir o grupo, lembrando sempre que o aprender a fala do grupo é de fundamental importância para que o dialogo possa se fazer presente na diversidade.
    Não vou me posicionar quanto ao conteúdo visto em a favor ou contra, mas convido o grupo a refletir sobre o fato de que conviver, estudar, pesquisar é melhor que julgar.

    ResponderExcluir
  2. Concordo plenamente com você Márcia. (Aliás, eu sabia que irias comentar).

    De nenhuma forma eu quis julgar, apenas apresentei o conteúdo que encontrei na internet para que cada um tire suas próprias conclusões.

    Para mim, esses vídeos foram um exemplo da dificuldade de se fazer prevalecer o relativismo cultural e não deixarmos o etnocentrismo tomar conta de nós. Principalmente em uma situação como essa, onde as crianças são subjugadas aos doutrinamentos adultos e me parecendo serem afastadas do conhecimento de outras realidades.

    Esses vídeos dariam uma bela discussão sobre as questões relativas à criança enquanto índice e enquanto agência (PIRES, Flávia. O que as crianças podem fazer pela antropologia? Horizontes Antropológicos, Porto Alegre, ano 16, n. 34, p. 137-157, jul./dez. 2010).

    ResponderExcluir
  3. Eu como filha de pastor, criada em lar evangélico, mesmo não compartilhando da fé de meus pais, me envergonho profundamente destes fatos que não são mais isolados neste mundo. Me enoja tudo isso. Este é o novo Islã pronto a matar qualquer um que se oponha a essa escrotice. As palavras me faltam. prepare-se a curto prazo teremos mais sangue e morte de inocentes na próxima "guerra santa" o diabo é Lucifer, é fichinha perto deles.
    E o sangue dos inocentes será derramado mais uma vez em nome dele.

    ResponderExcluir
  4. Quando o egocentrismo fala mais alto, a religião vira arma à favor do ataque ao outro, este, por sua vez, talvez também um egocêntrico.

    Alguns, como Christopher Hitchens, Richard Dawkins e Danniel Dennet, prefeririam um mundo sem religiões, e propagam o ateísmo como tábua de salvação. De acordo com estes, o mundo seria melhor sem Deus. Mas não é preciso estudar muito para compreender que Deus é uma coisa, religião é outra, espiritualidade é outra, teísmo é outra,e, em todas essas coisas, apresenta-se o humano. Do cristianismo poderíamos extrair o "Sermão da montanha", do livro de Mateus - independente de este ter sido obra do apóstolo mesmo, de copista pouco culto, ou invenção de outrem. Do islamismo, talvez extrair das suratas aquilo que pudesse servir para a boa comunhão com o outro e retirar - ao menos ofuscar - tudo o que pudesse abrir precedentes para qualquer tipo de Jihad. Mas pouco importa essas questões filosóicas e teológicas, pois o que Cristo nos pede é o seguir de seu exemplo. Quando, porém, taca-se pedra em pecador que não é menos pecador do que a gente, não se é cristão, mas fariseu. E quando cobra-se mais do que lhe é devido para seu sustento, também se é. E se não existe Deus - estou com Dostoievksi nesse aspecto - tudo é permitido: se somos só carne a apodrecer com o tempo e tudo vale por essa curta existência carnal, então é o vale tudo mesmo e foda-se o resto. ´

    Esses que ai estão promovendo o neo-ateísmo não referem-se às questões econômicas do caso. Uma política ateísta traz as sementes da revolução anti-religiosa porque despreza tudo o que é religioso, e, em nome de seu "mundo melhor seu Deus", persegue e mata os que Nele crêem. Só que isso não é muito diferente do que ocorre com uma parcela dos islâmicos - uma parcela, não todos - que promovem a Jihad...

    Não, se é pra ser realista, eu não posso aqui afirmar um prognóstico positivo da situação. Mais e mais sangue, e mortes e roubo: em nome de Cristo, de Alah, do ateísmo, e de outras desculpas. Sim, odiamos nossos vizinhos - vide Freud em "O mal-estar na civilização - então a palavra é "tolerar". Tolerar mesmo, porque o outro, o diferente, o exótico, será chato e nos causará raiva. Mas então porque não seguir o exemplo de Gandhi, e promover nossa própria revolução pessoal antes de querer mudar o mundo?

    Por causa de um negócio que podemos ver na psicologia social: temos a tendência a seguir um grupo, uma "religião" - não enquanto conjunto de práticas, mas enquanto lei do grupo - e a fazer dessa uma arma contra os vizinhos, contra os "diferentes". Nesse sentido o ateísmo, da mesma forma, pode se transformar numa forma de religião.

    Enão é isso: se você tem filhos, cuide bem deles, e ensina-lhes sobre as diversas religiões que conheça, para que, se vier a professar a sua, possa encontrar antes pontos de comunhão que de ofensa contra as demais. Se não tem, como eu, confesso que não aconselharia a ter, isso é, claro, se conselho fosse bom, porque não penso que a situação tenderá a melhorar.

    São todos fariseus que ainda agem na velha lei do talião - e mesmo essa, mal compreendida - e assim, como disse Gandih (profético) acabaremos todos cegos. De fato, eu mesmo me pergunto até que ponto não estou, ao escrever tais coisas, sendo, também, um hipócrita.

    ResponderExcluir
  5. Me parece que, em breve, será preciso proteger religiões, separadas, como guetos, dentro de campos bem fortalecidos e salvaguardados de outras religiões - a não ser que cada qual compreenda o essencial de sua religião, que, ao menos no cristinismo eu sei, não prega a violência contra aqueles que não compartilham da mesma fé. De fato um teólogo e filósofo que morreu em 1984 ... me esqueci seu nome... ele propos isso, e escreveu seu "Manifesto do Partido Cristão", em oposição àquele marxista, já que a filosofia marxista é encarada por alguns - como esse filósofo e teólogo - como de caráter anti-religioso e principalmente anti-cristão, já que o alemão considerava o caráter anestésico da religião como "ópio do povo"... mas o ateísmo também pode ser ópio, como notei no último post. Esse clima de "comunhão entre os povos", peca por não considerar o etnocentrismo próprio do olhar intercultural e o egocentrismo próprio a cada um, que em maior ou menor medida é egoísta, e compreende o universo à luz de sua própria consciência.

    O interessante é que a figura do anticristo, por exemplo, só existe no próprio cristianismo, mas relaciona-se a todo o espírito de um tempo que é anticristão e que encontra numa figura humana, de um líder mundial que seria cultuado como a espécie de um deus, e que seria louvado pelos povos por trazer a paz mundial sob o julgo do povo cristão que seria perseguido até a morte. O que pouca gente sabe é que nenhum século, desde o advento do cristianismo, tantos mártires sangraram as páginas da história. Foram mortos pelo socialismo russo, pelo chines de Mao, pelo nazismo hitlerista, e pelo ataque dos mulçumanos...

    Os cristãos tem razão em seu medo, e diante do sangue derramado nos regimes socialistas, tem razão também em associar Marx a Satã (no hebraico, "o inimigo", aquele que se opõe a Deus [YHWH]).


    ... É, se pensarmos bem, a coisa tá preta pro lado dos cristãos, sobretudo com as novas pesquisas sobre o "Jesus histórico", que em muitos aspectos se opõe àquele da fé. Mas fé por fé, no mais, em qualquer caso, dita a lei da boa vizinhança que é melhor respeitar a do amiguinho do lado e salvaguardar a própria, seja ela no deus que for ou mesmo no não-deus. E, por último, com muito cuidado com essa história de "comunhão fraternal", porque se ela seria boa, sim, é uma utopia. Freud não cairia nessa, e quando analisamos a coisa mais a fundo, vemos que não cola mesmo: a revolução é pessoal, sem derramamento de sangue. Eu tenho minha experiência de Deus, minha, pessoal, que não cabe em palavras entende? Mas se for pra pegar em armas ou cobrar terreno no céu, seja à prestação, seja à vista, tô fora.


    Sobre o sangue em nome da paz:

    São casos como os de guerrilheiros, que em nome do socialismo, do cristianismo, do ateísmo (o socialismo é por vezes ateu) ou do islamismo, fizeram a guerra e hoje são cultuados como heróis da revolução: Osama Bin Laden; Ernesto Che Guevara, os padres da igreja católica na época da inquisição; Mao Tse Tung; Stalin; Hitler... e todos esses pregavam um "mundo melhor". Pense nisso.

    ResponderExcluir