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sexta-feira, 8 de abril de 2011

III REUNIÃO EQUATORIAL DE ANTROPOLOGIA


GT 14 - Antropologia, Etnografia e Culturas Escolares 

Amurabi Pereira de Oliveira (UFAL)
Eliana de Barros Monteiro (UNIVASF)
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Sempre houve, na antropologia, uma preocupação em torno dos meios através dos quais o conhecimento é produzido nas diversas sociedades, bem como, o modo que ele é passado adiante, transformado e utilizado. Abarcando, assim, uma concepção alargada de educação.
No Brasil, produções interdisciplinares que abarcam a antropologia e a educação vêm abrindo espaços de diálogos entre estes saberes. Os processos de ensino e aprendizagem transpassam da cultura escolar para a prática da vida cotidiana, do universo cultural que lhe são circunscritos. Bergamashi (2007) e Conh (2005) enfatizam o universo infantil para pensar a prática da educação entre os Guarani e os Xikrin, respectivamente. Nestes contextos socioculturais, identificam-se como nortes de significação cultural são essenciais para entender a própria dinâmica escolar destes grupos.
Buscamos superar a dicotomia entre a antropologia e a educação, que muitas vezes situa esta como prática e aquela como ciência (GUSMÃO, 1997). É inegável a convergência dos dois debates, e cada vez mais a antropologia é chamada a se posicionar acerca da multiplicidade da realidade cultural e social, existente na escola (ROCHA & TOSTA, 2009).
O multiculturalismo, como invenção moderna (HALL, 2009), complexifica a questão. A escola apresenta-se cada vez mais como uma realidade plural, e não como um espaço monocultural. A ideia da interculturalidade na prática educativa é fazer a diversidade ser refletida e compartilhada entre os indivíduos, como nos indica Cuéllar (2001).
Nossa proposta de GT focaliza-se nas práticas do cotidiano escolar, e na apreensão de tais práticas em uma perspectiva antropológica. Em outros termos, como pensar a Educação com a Antropologia? Tratamos, portanto, de pesquisas escolares e dos modos como a abordagem antropológica possibilita uma imersão no universo escolar. Abrimo-nos aqui às mais diversas abordagens, que toquem à temática da antropologia da educação.


MINI CURSO:  Antropologia e Pesquisa Educativa Intercultural

Coordenação:
Maxim Repetto Maxim Repetto (UFRR)
Maria do Socorro Pimentel (UFRR)
Fabíola Carvalho (UFRR)
Resumo: Neste mini-curso revisaremos alguns dos debates contemporâneos sobre pesquisa educativa em interculturalidade envolvendo um campo amplo de reflexão, desde a redefinição do próprio Estado Nacional, os debates contemporâneos sobre participação e Direitos Humanos, até os debates sobre educação escolar indígena e de “interculturalidade para todos”. Um foco especial do debate estará centrado no estudo de propostas metodológicas e teóricas sobre educação intercultural, em especial nos desafios da pesquisa educativa com crianças, jovens e adolescentes indígenas. O principal objetivo é divulgar a temática da educação intercultural e seus vínculos com a antropologia e os estudos sociais de forma mais ampla. Neste contexto que o Instituto Insikiran de Formação Superior Indígena vem formando professores indígenas no Curso de Licenciatura Intercultural, sendo que no Brasil hoje são aproximadamente 23 cursos em diferentes instituições de ensino superior. No entanto falar em educação intercultural implica abrir um leque de debates, não são conceitos unívocos, mas bem polissêmicos. Buscamos, a partir da troca de experiências, ampliar o debate epistemológico e metodológico, de forma a buscar novos horizontes de compreensão e atuação.

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